sábado, 31 de março de 2007

O NÚMERO 5!


Chegamos ao número 5. Aí você me pergunta: “ E Aí?!”. Aí eu respondo: Que estamos muito felizes já que o fanzine é uma proposta independente de falar do curso para o curso. Aí você me pergunta: “ E Aí?!”. Aí eu respondo: Que esse número é o símbolo de que o GUTENBERGS está dando certo. Que estamos tentando preencher essa lacuna da falta de informação dentro do curso, usando uma forma diferente de escrever. Aí você me pergunta: “ E Aí?!”. Aí eu começo a perceber que você tá querendo me irritar, e só não xingo você porque quero seu comentário ai embaixo, o que vem achando da nossa proposta e desse nosso “nº5”.

UM CA JOGADO NO MATO



Como foi dito no GUTENBERGS Nº 5, depois de mais de um ano sem representatividade, alguns estudantes de Jornalismo e Rádio e TV deram início a uma “Comitiva pró-ressurreição do CA”. Uma das ações realizadas por essa comitiva foi à busca pelos antigos documentos do nosso Centro Acadêmico.

Na busca pelos documentos, Fábio Farias, juntamente com Bruno Moura e João Rodrigo, foram na antiga sala do CA, onde hoje funciona a xérox do setor cinco, e os armários com documentos importantes estavam “jogados no mato”, literalmente falando. Eles recolheram os documentos que estavam jogados em frente à xérox e levaram para a nova sala do CA no setor II.

REINGRESSANDO

O Curso de Comunicação Social da UFRN, por ter duas habilitações, proporciona a possibilidade de reingresso automático ao aluno que queira terminar uma e começar a outra. Sem qualquer critério ou processo de seleção. É pá-pum.

Se isso é bom ou não...

A Professora Miriam, vice-coordenadora do curso de Comunicação, acredita que não há estrutura para suportar o processo de reingresso da forma como vem sendo feito. “Há turmas em que metade dos alunos vem de reingresso. Algumas turmas, que normalmente teriam 30 alunos, estão com mais de 50”, afirma a professora.

A situação pode piorar um bocado com o interesse (possivelmente bem maior do que o atual) que pode vir por aí. Por que se você tem andado no mundo da lua nos últimos tempos e ainda não sabe, será aberta uma nova habilitação no curso de Comunicação: Publicidade.

A luta dos alunos e professores pela melhora nos cursos de Jornalismo e Rádio e Tv, em vários aspectos, tem surtido algum efeito. Só que ainda falta muito pra que se chegue ao ideal, ou seja: todos os instrumentos à disposição do corpo discente (salas, equipamentos, professores, livros, apoio a projetos) em prol de uma boa formação.

O reingresso automático, por aceitar todos os pretendentes, sem qualquer seleção, oferecendo vaga a todos que se interessarem, demandando sempre mais tempo, espaço e profissionais, pode comprometer a qualidade da formação dos alunos de Comunicação Social da UFRN como um todo?

Segue a pergunta: há estrutura?
Pra você dizer o que acha clica ai em feedbacks e escreve alguma coisa!

REGULAMENTAÇÃO DO ESTÁGIO SERÁ VOTADA EM ABRIL




No dia 19 de abril, o colegiado do curso de Comunicação Social vai se reunir para que seja votado o regulamento do estágio em Jornalismo, que é ilegal desde 1979. Caso ele seja aprovado, vai trazer profundas mudanças para os estudantes.

O estágio em Jornalismo foi considerado fraude em 1979, através do Decreto 83.284, que regulamenta a profissão e diz no artigo 19 que “constitui fraude a prestação de serviços profissionais gratuitos, ou com pagamentos simbólicos, sob pretexto de estágio, bolsa de complementação, convênio ou qualquer outra modalidade, em desrespeito à legislação trabalhista e a este regulamento.”

Segundo o professor Gerson Martins, “várias empresas já foram autuadas e multadas desde então”. Entretanto, mesmo ciente da irregularidade, a coordenação do curso formalizava os contratos de estágio e, por isso, foi recomendado por um fiscal do Ministério do Trabalho que a Universidade não continuasse a validá-los. Embora o Ministério não possa autuar a UFRN, é necessário seguir essa recomendação para que as empresas nas quais há estagiários não sejam multadas.

Enquanto o regulamento não é votado, a coordenação do curso não vai formalizar nem renovar contratos. A solução apontada pelo professor Gerson Martins aos estudantes em processo de estágio, é que eles busquem um acordo com as empresas para que elas aguardem o resultado da votação do regulamento para ajustar a situação.

Como é:

* A escolha dos estagiários se dá, muitas vezes, por meio de QI (“quem indica”);

* Hoje o estagiário realiza o trabalho de um profissional e ganha muito pouco ou nada por isso;

* O estudante em processo de estágio não recebe o acompanhamento previsto no regulamento dos cursos de graduação da UFRN, o qual prevê que o estágio deve ter um coordenador, um orientador e um supervisor;

* Não há um controle sobre a quantidade de estudantes numa redação;

* O estagiário trabalha mais do que as 20h semanais previstas.

Como vai ficar se o regulamento for aprovado:

* A universidade vai selecionar os melhores estudantes para as vagas de estágio;

* O regulamento determina que o estagiário deve ser remunerado com pelo menos 80% do piso salarial de um profissional, que hoje, aqui no estado, varia de 640,68 a 829,07 reais;

* Vai haver um coordenador, um orientador e um supervisor, o que caracteriza o estágio supervisionado;

* Só vai ser permitido um estagiário para cada 10 profissionais numa redação;

* O estagiário vai trabalhar 20h semanais, pois haverá fiscalização por parte da Universidade.

segunda-feira, 26 de março de 2007

ALERTA AOS COMUNICANTES!

Para você estudante de comunicação que vive reclamando da falta de estrutura e do pouco que o curso oferece, não pode deixar de participar da IX Semana de Comunicação e morder a língua. De 09 a 13 de abril os alunos serão dispensados das aulas rotineiras para poder participar de oficinas e mini-cursos que vão de Jornalismo online à Roteiro para cinema, em diversos horários, além de palestras, programas culturais, mostra de curtas e lançamento de livros.

Haverá salas de aula ocupadas por estudantes e professores, no setor II, nos auditórios do CCHLA (Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes) e Labcom, expondo programas de extensão, trabalhos, projetos, além da cobertura feita pelos próprios programas de extensão como Toque de Rádio, FOTEC e nós de gaiatos que somos, Gutenbergs, estaremos lá.

O evento permite o entrosamento entre alunos, pesquisadores e profissionais da área, abrindo portas para quem despertar o interesse de entrar nelas. Independente de ser do curso de Comunicação, todos podem participar gratuitamente. Será uma preparação para o INTERCOM 2008 que tem tudo pra ser sediado em Natal.

A programação está espalhada pelas salas e murais do setor II e as inscrições começaram dia 26 de março! Muitas vagas já foram preenchidas portanto, NÃO PERCA TEMPO! Na aquisição de sua vaga você leva um pacote de neurônios a mais e um incremento no currículo INTEIRAMENTE GRÁTIS! Tá esperando o quê?? Corra para a coordenação do curso de Comunicação Social o mais rápido possível e ocupe sua semana com utilidades para sua vida acadêmica, ou então, pare de reclamar!

quarta-feira, 21 de março de 2007

VINHETA

Ruídos na Comunicação!

domingo, 18 de março de 2007

“Passaram a Mão” no LabCom


Um laboratório repleto de computadores, equipamentos de edição, fotografia entre outros bens. Um local com livre acesso para qualquer pessoa, sem a solicitação identificação ou qual quer tipo de controle. Pois é, senhoras e senhores, roubaram o Labcom. Incrível não?!

O relatório técnico apresentado pelo Professor Newton Avelino (Chefe do departamento de Comunicação) durante a reunião do colegiado neste dia 15 de março mostrou que três computadores do Labcom tiveram algumas de suas peças roubadas. De acordo com o Newton, além de uma pessoa responsável pela coordenação do Labcom, é necessária a presença de alguém para organizar o acesso às ilhas de edição, ao estúdio e às demais instalações do local. "Através desse relatório constatamos o roubo de algumas peças e também a necessidade de um maior cuidado com o laboratório", disse o professor.

O acesso indiscriminado ao laboratório de comunicação não é um problema novo. Essa falta de controle já vinha sendo alertada pelos alunos e professores desde que o Laboratório começou a entrar em funcionamento. Mas, somente agora, depois que um espertinho resolveu “passar a mão” em alguns HDS, Memórias e processadores é que vamos ver algumas providências serem tomadas. Ficou acertado no durante esta reunião do colegiado, foi que o professor Eduardo Pinto será o novo coordenador provisório do Labcom.

quarta-feira, 14 de março de 2007

POESIA DE UM POETEIRO ZINEIRO


Em homenagem ao dia da poesia, resolvi colocar uma criada por um dos nossos Gutenbergs!


O Poeta

O poeta é o homem que escreve
O mundo a seus olhos
E os seus olhos ao mundo
No seu mundo de vários olhos


José Roberto Pereira Leite Filho
24 / 05 /03


Essa foi tirada do fundo do baú!

Feliz dia da Poesia!

UM POETA ANÔNIMO

por Ramon Ribeiro

O poeta é o grande comunicador de seus sentimentos. Ele tem o dom de passar uma mensagem artística como o trovador, das épocas medievais, que noticiava os acontecimentos do reinado entre versos e rimas.

Hoje, gostaria de relatar um fato que ocorreu num daqueles dias banais, no meio de uma aula monótona. Um inesperado indivíduo interrompe a aula. Ele trocou algumas palavras com o professor e depois foi sentar-se discretamente na carteira próxima a porta.

Terminada a aula enfadonha, o professor deu espaço ao singelo rapaz que foi em frente da turma e disse, com a sua voz mansa, algumas palavras que poucos deram a mínima atenção. O professor então alertou aos alunos para que ouvissem o que o homem teria a dizer.

Ele não estava ali para pedir nada. Queria apenas comemorar seu aniversário de 10 anos de diplomado em letras. Para tanto, ele resolveu se homenagear recitando uma de suas poesias para algumas turmas da UFRN.

Caracterizado para a sua performance poética, recitou a seguinte poesia:

Viva os noivos!
Viva! Viva!

Era dia de Santo Antônio.
Um casal anônimo
Decidiu
Fixar matrimônio
Na igreja e no civil.


Mariano e Jerônimo.
Jerônimo e Mariano.
(Literalmente noivos)

Mariano
Recebeu esse nome
Porque sua mãe
Esperava uma filha
Que se chamaria Maria.
Nasceu um homem.

Jerônimo
Seria
O dono do fazendário patrimônio
Que o seu pai, Raimundo Garcia,
Lha deixaria.

Mariano
Era a filha prendada
Que a sua mãe, imaculada,
Não tivera.

Jerônimo
Era menino de cara bela,
Cobiçada por toda donzela

Mas eis que o destino
Foi cruel com todas as donzelas
E entregou Jerônimo menino
A nenhuma delas.

O destino foi soberano
E entregou Jerônimo menino
Justamente a Mariano.

Era dia de Santo Antônio
E a igreja era de São Sebastião.

Mariano de branco.
Jerônimo de preto.
Jerônimo radiante.
Mariano de ramalhete.

Muita emoção
Na despedida a caminho do céu.
Os noivos gozarão
Lua de mel
In San Francisco,
De onde não mais voltarão.

Viva os noivos!
Viva! Viva!

Acabado o recital, ele foi embora e a turma o esqueceu. Praticamente não deram o valor devido àquela apresentação esforçada. Hoje, no dia da poesia, resolvi homenagear esse poeta, seu nome, Heverton Duarte.

segunda-feira, 12 de março de 2007

FUTUROS JORNALISTAS

por Ailton Salviano

Dúvidas e incertezas pairam na mente dos estudantes de jornalismo. Como se não bastasse o estigma de ser o Curso de Jornalismo da UFRN considerado, por muitos, de péssima qualidade, é comum no dia-a-dia dos alunos ouvir de professores que o jornalista tem péssimo salário, é um puxa-saco das oligarquias, é uma profissão não regulamentada, não tem representação de classe e que o futuro dos jornais impressos tem dias contados.

Uma dose cavalar de otimismo é recomendável para suplantar todos esses fatores desfavoráveis. É forçoso acreditar que a performance de um curso universitário depende não somente da qualificação dos professores, mas da dedicação e do esforço de cada aluno. Ponha doutores para ensinar medíocres que poucos frutos serão colhidos.

Se os jornais atuais estão atrelados às oligarquias, então fundemos um jornal independente. Se não temos uma entidade representativa com forte atuação, que nos organizemos e unamos forças para que seja constituída uma outra enérgica e vigorosa. Se os jornais impressos vão acabar, surgirá, com certeza, a impressa “on line” com um horizonte infinito de oportunidades.

É preciso não se abater com essas previsões sombrias. Vamos enveredar por uma rotina de alto astral. Invistamos em nós mesmos a todo o momento. Ler matérias de jornalistas que se orgulham da profissão pode ser uma boa. Estes, ao contrário de muitos pessimistas de plantão, podem nos transmitir o entusiasmo necessário e suficiente para encarar toda essa onda negativista.

quinta-feira, 8 de março de 2007

MULHER



Por que um dia internacional dedicado às mulheres?
- O que faz uma mulher ser tão especial assim?

Só porque elas têm atitude Rock’n roll? Janis Joplin, Rita Lee

Só porque ela é audaciosa heroína dos sertões? Maria Bonita

Só porque elas foram grandes contribuintes nas ciências?Marie Curie-prêmio Nobel de Física; Valentina Tereshkova –Primeira astronauta

Só porque elas desbravaram o mundo da leitura? Raquel de Queiroz, Virginia Woolf
Só porque ela inventou a álgebra moderna? Emmy Noether

Só porque ela recebeu o Nobel Da paz ?Madre Terezá de Calcutá
Só porque ela foi a primeira jornalista Brasileira? Maria Josefa

Só porque ela foi atriz?Audrew Hapburns, Catherine Denueve, Julia Roberts, Fernanda Montenegro, Suzana Vieira.

É, mas me parece que os homens já fizeram isso também, e por que é tão especial?
Não sei, seria a saia? O rímel? O silicone? A Tpm? O sangramento mensal? A dor do parto?
O fato é que as mulheres dão conta do trabalho dos homens e ainda fazem a janta quando chegam em casa, depois de um dia estafante de trabalho.Lavam suas calcinhas e ainda as cuecas dos maridos e tem a capacidade de trabalhar em qualquer cargo atribuído. E tudo isso de meia-calça, cabelo na prancha e um belíssimo sorriso nos dentes. Porque mulher é graciosa !

Respondendo a pergunta:

Porque a mulher nunca fez nada que recebesse importância, mas faz tudo, mesmo assim.

quarta-feira, 7 de março de 2007

TIRINHA


quarta-feira, 28 de fevereiro de 2007


ELES PRODUZEM COMUNICANDO

Os Gutenbergs entrevistam pessoas que estão produzindo dentro do curso de Comunicação Social da UFRN.

Entrevista com Thiago César.
Aluno do curso de Comunicação Social, do 5º período
de jornalismo e um dos produtores do videoclipe
"Eu vi na TV".

VANTAGENS E DESVANTAGENS DO ESTÁGIO EM COMUNICAÇÃO

Logo após entrar na tão sonhada faculdade, o estudante almeja conseguir um estágio na área de seu curso. No caso de Comunicação Social (Jornalismo e Rádio e Tv), um estágio pode surgir tanto no primeiro período quanto no quarto, quinto ou sexto. Mas a realidade que norteia essa área é bem diferente dos sonhos do aluno da universidade.

Há depoimentos de estagiários que se sentiram explorados, que trabalharam gratuitamente, que ouviram gritos e desaforos por serem, “apenas”, estagiários. Este cargo não oferece nenhuma garantia de emprego, o salário pago varia de acordo com a “bondade” do dono da empresa e carga horária é, geralmente, de 20 horas semanais. Não se assina carteira, não há seguro-desemprego e o estagiário, na maioria das vezes, fica sendo responsável pelo seu serviço e também pelo dos outros.

Apesar dessas e de tantas outras dificuldades, estagiar na área de Comunicação garante muito aprendizado ao estudante. O estágio, além de ser a porta de entrada do aluno no mercado de trabalho, é, também, a possibilidade da firmação de um emprego lá na frente, quando o desejado diploma já estiver em suas mãos.

NADA D+

Nada "de mais"..

SÃO TANTAS AS POSSIBILIDADES

Foi deitado na cama, olhando pro teto, a boca cheia de espuma por estar escovando os dentes, que me veio a seguinte questão: e se Deus morresse? É difícil de imaginar. Mais difícil ainda é saber como ele morreria.

Bala perdida? Dengue hemorrágica? Cólera? Febre amarela ou malária? AIDS ou diabetes? Tuberculose ou pneumonia? Câncer de pulmão por fumar demais? Overdose de cocaína? Suicídio por viver num mundo sem solução? Anorexia? Desnutrição por negligência do Estado? Picada de aranha, escorpião ou cobra? Atropelado por um motorista bêbado? Carbonizado num acidente aéreo entre dois aviões? Afogado? Assassinado por um grupo de extermínio de mendigos? Sacrificado num ritual religioso? São tantas as possibilidades que é capaz dele já estar no céu, morto e orando por nós. Mas quem disse que ele iria pro céu? Talvez ele esteja no inferno. No limbo. Ou quem sabe seu espírito esteja vagando entre nós. São tantas as possibilidades.

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2007

TORTURAS PRÉ-CURSO




Numa tarde bastante ensolarada, eu e os meus colegas de sala fomos levados para o matadouro, isso mesmo, pois estávamos acorrentados uns aos outros despidos de grandes roupas e desprovidos de qualquer informação, não havia nenhuma justificativa plausível para o que eles pretendiam fazer conosco, mesmo porque não sabíamos o que estava por vir. Enquanto caminhávamos para o território desconhecido, meus olhos, ali parados, fitaram um recipiente que refletia um forte tom de vermelho. Seria o sangue de alguém que não fora obediente? Um suco de groselha? Pimenta líquida? Uma composição química radioativa? Não, era muito pior que tudo isso.

Tinta foi o nome dado a ela, mas a atração que ela exercia ao meu corpinho enxuto era quase irresistível, e depois de horas de andanças tornamo-nos praticamente íntimos, visto que ela percorreu todas as partes do meu corpo. Ah! Também fiquei íntimo do mel, do ovo, da farinha, o pó do café, aquela mistura, olho de peixe (um composto do enxofre) que nem aqueles gatos que habitam aquela ilha comeriam.

Nada nem ninguém poderiam evitar aquele afronte, nem mesmo a polícia, que acabava de passar pelo lugar da matança e nada fizeram ao nosso favor, e o pior de tudo foram as provas mais-que-concretas apresentadas, além da corrente que nos envolvia, perdemos as nossas identidades, nossos corpos sujos se debatiam uns com os outros, e ainda havia uma última tortura a ser realizada. Nosso fim estava muito próximo, fomos obrigados a nos humilhar diante todos, súplicas, gritos, correria, era isso que se via naquele lugar a céu aberto onde mendigávamos por respostas. Durante toda a exaustiva tarde eles riram de nós, cuspiram em nossas faces, obrigaram-nos a fornecer quantias para sustentar seus vícios, e nós toleramos tudo em nome de nossas escolhas.

Pobre de nós calouros, passado o trote, que venham as Graças do curso.

SACA SÓ:



Este e outros vídeos você encontra em nossa conta do YouTube: http://www.youtube.com/profile?user=ZineGutenbergs

*Qualquer um que sentir-se lesado por ter sua imagem exibida aqui ou em nosso YouTube, é só enviar um e-mail para o gutenbergs@gmail.com, ou comentário pedindo a exclusão do vídeo (ou imagem) e assim o faremos.

QUERO SER CLARK KENT

Por que você quer fazer jornalismo? Com certeza já fizeram ou vão te fazer esse pergunta um dia. No meu caso é porque quero me tornar um super-herói. É verdade. Salvar pessoas, impedir assaltos, sequestros, homicídios, todo tipo de crime sendo um mero repórter. E como farei isso? Sendo um excelente jornalista como Clark Kent, ou um exímio fotojornalista como Peter Parker, dois ícones do jornalismo contemporâneo.

A primeira vez que li um texto de Kent foi por jornal local. Era transcrição de uma matéria do Planeta Diário onde ele informa sobre um terrível plano de um empresário estadunidense chamado Lex Luthor para a compra de armas nucleares. Dias depois o Super-Homem prendeu Lex e disse que aquilo só tinha sido possível graças ao texto de Clark. Admiro muito a forma com que narra os fatos. Ele também tem um vasto conhecimento sobre aquilo que escreve, e isso é fundamental para desenvolver um texto para que não fique chato.

Já as fotos de Peter são perfeitas. Sei que ele trabalha como free-lance do Clarim porque li em uma entrevista, mas ainda não conheci ninguém que fotografasse igual a ele. Cada ângulo que Parker consegue captar de assaltos e sequestros, e o melhor, ele fotografa a hora em que o Homem Aranha chega para impedi-los. Parece que os dois andam juntos. Guardo em uma pasta as poucas fotos dele que saem por aqui, principalmente uma onde o herói aracnídeo luta contra um tal de Duende Verde sobre a ponte de Manhathan. Foi feita de cima de uma coluna da ponte e capta os dois protagonistas lutando em pleno ar. Tem de ter muita coragem.

São essas coisas que me inspiram a seguir a profissão de jornalista, sem a necessidade de ser sensacionalista e de inventar algo para poder vender algumas edições a mais, ou ganhar alguns pontos no Ibope.




Então. Era uma vez na UFRN uma gatinha (no sentido literal da palavra) que vivia no setor V e quis mudar um pouco de paisagem para o setor logo à frente, o II, papear com alguns amigos felinos e catar migalhas deixada pelas criaturas estranhas que se autodenominam humanas. Vendo ao longe a forasteira, outro de sua espécie foi ao seu encontro:

- Outro gatuno para fazer concorrência na cantina?! Nada disso! Vá miar em outra freguesia! – ronronava o gato preto-e-branco, astuto na arte de roubar no lixo os mais suculentos pedaços de coxinha da região, claro, fazendo aquela bagunça com todos os sacos plásticos e espalhando tudo para todos os lados.

A gata do setor V, sempre presente nas aulas da turma de Comunicação Social das antigas, aprendeu a captar informações tão bem quanto seu faro para encontrar lagartixas nas calçadas esburacadas. Percebendo que o seu amigo se sentia mais poderoso do que o rei da selva, ela fez um alerta que caiu como água fria no orgulho mofino do gato preto-e-branco:

- Êta bichano brabo, sabia que se seu pêlo fosse listrado, combinaria melhor com seu futuro? A nossa vida de arruaceiros estará com os dias contados... – espiando com o rabo do olho, econheceu o assombro do seu colega e se justificou – o policiamento será total por aqui. Estão pondo cercas em todo o território e câmaras de vigilância.

O pobre do gato preto-e-branco, de tão ignorante ou talvez arrogante, já se sentia gente por tanto tempo de convívio com os humanos na cantina. E também ele pensava que as pessoas eram tão gatos quanto ele (também no sentido literal, porque ele achava ter uma beleza incomparável). Até imaginava que a sigla UFRN significava Universidade “Felina” do Rio Grande do Norte. Acreditou mesmo ser um meliante do nível dos assaltantes dos becos escuros, ladrões do patrimônio universitário ou de carros. Já a comida... a tão valiosa comida! “Realmente os humanos são muito espertos”, ele pensou certa vez, “sempre guardando a melhor parte da coxinha para depois. E ainda misturam com um bando de coisas com cheiro ruim para os ladrões não perceberem que ali tem algo tão gostoso”.

- Acuda minha querida Bast! – rogou o gato preto-e-branco para sua deusa felina do longínquo Egito – Ficarei só pêlo e ossos! Sabe como dizem, gato que mia não sabe caçar? Nem afio mais as garras por não precisar trabalhar!Em meio ao mio desmantelado do gato preto-e-branco, a gatinha chamou a atenção para dar-lhe o bote:

- Você tem sorte por eu ter muitos amigos influentes... dessa forma, dá para dar um jeitinho... – tentando copiar o olhar do seu astro de cinema favorito, que estreou na segunda aventura de um sujeito verde e feio, lançou um comentário ao ar... – se você arranjar uns pedaços de coxinha, uns cinco, para podermos conversar com calma na minha proposta...

- Eu vou! – resmungou o gato, querendo chama-la de rata, pior comparação que uma gata oderia ter, até mesmo do que ser chamada de cadela. Foi-se tremendo de medo, arriscando suas sete vidas por causa de uma mentirinha e um bando de conclusões precipitadas.

Moral da história: para gatos, seu semelhante é como rato. Mas alguns gatos têm atitudes de gente e outros que têm de ratos. Mas mesmo os gatos que parecem gente também se parecem com ratos. Sacou? Nem eu!FIM